É no Alentejo profundo que encontramos Avis, vila de mil histórias que se ergue bem no alto de um monte alentejano. Terá sido no século XII que Avis que se ergueu, durante a reconquista cristã e em redor do seu castelo (1214). No século XIII, ao albergar uma importante ordem militar, a vila ganhou grande importância no reino português!
Uma terriola inserida na Barragem do Maranhão e banhada por uma praia fluvial a apenas 5 minutos do centro da vila. O seu casario tipicamente alentejano é por si só motivo de visita. Mas em Avis há mais para ver e desfrutar. Especial destaque para o seu castelo, a igreja matriz e o convento de São Bento. Uma visita a Avis vale a pena também pelas atrações que podemos encontrar nas suas imediações. Para ir e apreciar com calma e com tempo este pedacinho do Alentejo, reserve na sua agenda um fim de semana prolongado! Aceite o desafio e venha connosco!
DE CARRO – A melhor forma para chegar a Avis é de carro. Se vive em Lisboa prepare-se para uma viagem de 165 quilómetros que se percorre em 1h45 (rumando a sul e apanhando a autoestrada A2). Se preferir não pagar tantas portagens pode seguir pela N119 e demorará 1h55 (e apenas 147 km).
DE AUTOCARRO – A rede de Expressos disponibiliza este serviço. A camioneta apanha-se em Sete Rios (Lisboa) e faz uma viagem direta que demora 2h10.
DE TAXI – Se for de táxi prepare-se para um custo elevado…
Avis é uma vila pequena. Para conhecer e sentir um pouco da alma deste lugar, como sempre, sugerimos que percorra as suas ruas a pé ou de bicicleta. O carro é uma mais-valia pois dá-lhe a opção de conhecer as atrações que se encontram nas imediações da vila. Apesar destas atrações ficarem situadas nas proximidades de Avis, as distâncias têm de ser percorridas de carro (ou mota).
Avis visita-se calmamente em dois dias. Segue-se um mapa com a localização das principais atrações da vila. Esperamos que vos seja útil!
Um pequeno centro histórico adornado por um casario branco, com faixas a amarelo e a azul. Faz as delícias de quem o percorre a pé! Faça-o sem pressa e sem destino. Vagueie por 30 minutos pela vila medieval e vai sentir-se um pouco mais perto da “Alma” de Avis!
A construção do castelo de Avis está associada a uma história curiosa. Reza a lenda que, em tempos idos, andava um conjunto de frades a procurar o lugar perfeito para a construção de um forte. Eis senão quando se depararam com um local elevado onde estavam pousadas duas águias num sobreiro. Era o sinal que procuravam! (talvez fossem do Benfica, não consegui apurar esta hipótese). O castelo foi erigido no ano de 1214 durante o tempo de Dom Afonso II. Dele restam apenas ruínas que ainda assim ostentam a classificação de Monumento nacional. É uma pena o estado em que se encontra o castelo porque estamos a falar de uma fortaleza com uma importante ligação ao Mestre de Avis e à história de Portugal. Com a finalização das ordens religiosas (1834), o castelo perdeu importância e nesse momento começou a sua degradação.
A Igreja matriz de Avis é também chamada de igreja de Nossa Senhora da Orada. Falamos de um templo erguido durante o século XV e que sofreu posteriormente (séc. XIX) diversas renovações e reconstruções. O seu exterior é apelativo contando com uma fachada em estilo clássico e duas torres sineiras. No interior do templo encontramos uma nave com um teto revestido a madeira e duas pequenas capelas nas laterais da igreja. De referir ainda a existência de uma imagem da Virgem a alguns painéis em azulejo.
O convento da ordem de Avis é constituído por uma igreja, uma sacristia, uma sala do capítulo, uma torre sineira, um refeitório e um claustro. Para entrarmos no convento passamos por um belíssimo portal em mármore que tem inscrito um escudo real do ano de 1717. Dentro da igreja deparamo-nos com uma nave única que alberga o túmulo de Fernão Rodrigues Sequeira (o último dos mestres de Avis). Ainda no interior destacam-se duas capelas: uma lateral (do lado direito) e uma capela-mor. Há também um coro superior com cadeirais do século XVII. O velho dormitório do convento cedeu o seu espaço ao atual museu municipal de Avis. Um espaço de cultura onde podemos ver, entre outras coisas, vestígios arqueológicos romanos.
Tenho de confessar que os pelourinhos me oferecem sempre uma sensação de desconforto só por imaginar as atrocidades que naquele local se cometeram. Mas porque a história não se apaga e deve servir para evitar erros futuros, faço questão de os visitar quase sempre. O Pelourinho de Avis foi construído no século XVII no topo de base em mármore. No cimo da coluna quadrangular encontramos a águia que simboliza o concelho.
As antas são, por definição, monumentos funerários pré-históricos. Os locais escolhidos eram habitualmente o meio de terrenos plantados (searas) e assinalavam o local onde eram enterrados os corpos humanos. A sua construção era uma prática comum da humanidade há cerca de 5000 anos. A Anta da Herdade da Ordem integra um conjunto de monumentos que ficam localizados junto à Ribeira de Almadafe. Ostenta o titulo de monumento nacional desde 1910.
Abriu as suas portas no verão de 2014. As peças que lá encontramos são as mesmas que antes podíamos ver no Museu Municipal de Avis. Peças de artesanato, de arqueologia e etnografia local. O espólio encontra-se dentro da sala do Capítulo e da sala de Leitura dos Monges do convento de São Bento. Encerra às 2ª-feiras.
Fica a 8 quilómetros de Avis. A sua construção iniciou-se em 1957 e terminou já na década de 60. Tem um tabuleiro de 140 metros e uma altura de 3. Quando olhei pela primeira vez para esta ponte de imediato surgiu-me a imagem da ponte 25 de Abril. Na verdade as semelhanças são reais mas a Ponte de Ervedal é obviamente mais pequena. Foi construída originalmente em madeira e foi pensada para ter uma duração de apenas 10 anos. Em 1985 um incêndio danificou o tabuleiro da ponte e esta passou a ser transitável apenas por pessoas e animais. Foi alvo de uma reparação em 1998 e foi instalada uma componente metálica. Hoje em dia, a ponte é novamente utilizada por trânsito automóvel.
Aquilo que hoje podemos ver são as ruínas das antigas muralhas que protegiam o antigo povoado. Parte das muralhas resistiu à passagem do tempo e, apesar de se encontrarem muito degradadas, ainda são passíveis de ser admiradas. As paredes desta estrutura defensiva foram feitas em xisto e granito.
É no jardim do passeio do mestre de Avis que nos deparamos com a vista mais bonita para a área mais nova da vila. Um local de onde podemos apreciar algum do casario da povoação, a barragem do Maranhão e também os campos pintados a verde que a rodeiam. Um local acessível a todos, incluindo pessoas com mobilidade reduzida.
Foram construídas 6 torres na fortaleza original e delas resistiram apenas três. Uma dessas torres é precisamente a Torre de São Roque. As restantes chamam-se Torre da rainha e Torre de Santo António.
Fica próxima da igreja Matriz de Avis e foi, no passado, o local que albergava a Misericórdia da vila. Um templo do século XVIII que é formado pela igreja do Senhor Morto (onde se fazem velórios) e uma enfermaria. Um monumento com uma arquitetura importante e um não menos relevante valor histórico.
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Poucos se lembram que foi aqui que nasceu uma das figuras mais importantes da história portuguesa, Dom João I, o mestre de Avis! No século XIII, a vila terá sido um local de grande importância em Portugal por ter recebido uma das mais relevantes ordens militares daquele tempo, a ordem de Avis (esta teoria não é unânime entre os historiadores). Apesar da primeira referência escrita a Avis datar do século XIII, foram encontrados vestígios e registos romanos e muçulmanos na região. Estes dados apontam para a existência de aglomerados populacionais nesta região do Alentejo anteriores ao reino português (como sabe Portugal “nasceu” em 1143). Se a história deste lugar lhe desperta particular interesse não deixe de visitar a igreja do convento de São Bento de Assis. Lá encontrará uma exposição permanente sobre a importância da ordem de Avis e também sobre o histórico das festividades da vila. Ambas as exposições “contam” muito sobre o passado e também o presente deste lugar.
É também pela boca que a vila de Avis nos convoca para uma visita! “Avis tem mais sabor” é uma iniciativa pensada e organizada pela câmara e que decorre bem no centro da vila junto ao Pelourinho. Lá é possível encontrarmos os produtos que melhor representam a vila. Destaque para o “mercado de sabores” com os seus doces e licores produzidos de forma artesanal. Filhoses, azevias e as broas escaldas são embaixadores na região. Se gosta de licores, em Avis encontrá-los-á para todos os gostos: canela, mirtilo, framboesa, bolota são apenas alguns exemplos. Uma nota mais para referir outros produtos imperdíveis: o mel, o pão e o vinho. Quanto aos pratos mais populares de Avis, destaque para todos aqueles que fazem parte da gastronomia tipicamente alentejana onde estão incluídas as açoras, as migas e a carne de porco.
Avis é uma vila pequena. Ainda assim, tem várias opções de alojamento, para todos os gostos e para todos as carteiras. Há opções muito luxuosas e naturalmente muito caras. Mas encontrará também boas soluções (não luxuosas) com uma boa qualidade. Segue-se uma lista com 5 boas opções de alojamento em Avis.
ALOJAMENTO | CLASSIFICAÇÃO |
CASA DA MOIRA | 9,3 |
MONTE DAS PEDRAS | 9.3 |
CASA AZUL | 8.7 |
CASA DO MONTINHO | 8.7 |
QUARTOS DA VÓVÓ | 8.5 |
Se lhe sobrar algum tempo, saiba que nas imediações da vila de Avis existem vários locais e atrações que merecem uma visita atenta. As nossas sugestões são: 1-Barragem do Maranhão, 2-Vila de Alter do Chão, 3-Mora, 4-Pavia.
14 minutos de carro e uma distância de 12 quilómetros separam a vila de Avis da barragem do Maranhão, um lago artificial de grande beleza construído na década de 50. Para além de contribuir para a irrigação dos terrenos agrícolas da região, oferece também uma vista magnífica para a planície e para a albufeira (a partir do seu miradouro). Durante grande parte do ano é também um lugar muito procurado por quem gosta de nadar e passear de canoa.
De Avis a Alter do Chão distam apenas 31 quilómetros, um percurso que se faz em 26 minutos de carro. Alter do Chão é mais uma pérola escondida do Alentejo! Um lugarejo muito antigo habitado inicialmente pelos romanos. Ainda hoje lá podemos encontrar e admirar diversos testemunhos da sua passagem pela região. A ponte da vila Formosa e as Termas do Ferragial d’El Rei são os elementos mais espetaculares da passagem romana pela região.
19 minutos e 23 quilómetros separam Avis de Pavia, uma das freguesias de Mora. Uma terriola com um casario simples mas que guarda um interessante património histórico. A origem de Pavia leva-nos até aos tempos pré-históricos. Com efeito, é lá que podemos admirar a anta da Pavia, a atração maior da freguesia. Também o Cromeleque das Fontaínhas velhas é outro elemento pré-histórico de grande interesse na região.
Entre Avis e Mora distam 45 quilómetros, uma distância que se percorre em 46 minutos de carro. Mora é mais uma bela vila alentejana que se divide por 4 freguesias: Pavia, Mora, Cabeção e Brotas. Para conhecer bem o concelho de Mora temos de visitar cada uma das suas freguesias com tempo e atenção. As grandes atrações desta região são: o fluviário, o parque ecológico do Gameiro e a capela de São Dinis.
PLANET PORTUGAL – 2023