Sabia que Estremoz é uma cidade alentejana que foi palco de acontecimentos militares decisivos para o rumo da História de Portugal? Há muito para ver e descobrir nesta vila branca Alentejana! Venha connosco!
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ESTREMOZ
Existem dois conjuntos de muros em redor de Estremoz. A primeira e mais antiga encontra-se na parte superior, conhecida como “cidade velha” e remonta à época medieval. A segunda, construída em torno da zona baixa e plana, é chamada “vila nova” e foi erguida durante a Guerra da Restauração. Estremoz, uma das “aldeias brancas” do Alentejo, é famosa pelos seus depósitos de mármore branco, também encontrados em Vila Viçosa e Borba. O mármore de Estremoz tem sido utilizado desde os tempos antigos, tendo sido o material de eleição para a construção do templo romano de Évora.

ONDE FICA E COMO IR PARA ESTREMOZ?
Estremoz é uma cidade que se situa na sub-região do Alentejo Central e que pertence ao distrito de Évora. A melhor forma para chegar a Estremoz a partir de Lisboa é através da autoestrada A6. As duas cidades estão separadas por cerca de 170km e a viagem de automóvel demora aproximadamente duas horas.
O QUE VISITAR EM ESTREMOZ?
Estremoz é uma cidade com uma História muito rica e são inúmeros os pontos de interesse que se deverão visitar durante a sua estadia. A arquitetura desta cidade permite-nos viajar no tempo, desde a Idade Média, à viragem para o século XX, passando ainda pelo conturbado período da Restauração da Independência de Portugal. Segue-se um mapa com a localização das principais atrações do que não pode perder! Esperamos que seja útil!
CENTRO HISTÓRICO DE ESTREMOZ
Pelas ruas e praças do centro histórico de Estremoz encontramos laranjeiras, que enchem a cidade medieval de aroma e cor. A Praça Central de Estremoz, chamada Rossio do Marquês de Pombal ou, simplesmente, Rossio, acolhe um mercado local todas as semanas, onde é possível ficar a conhecer os produtos da região.
O elemento mais emblemático do centro histórico de Estremoz é, sem dúvida, o castelo medieval. No alto do castelo situa-se um miradouro onde os visitantes podem obter uma vista privilegiada das povoações próximas, como é o caso de Marvão, Portalegre e Alter do Chão, bem como das vastas planícies alentejanas. Em dias de céu descoberto é possível, inclusive, observar a Serra da Estrela!

CASTELO DE ESTREMOZ
O Castelo de Estremoz foi construído no século XII sobre uma colina da Serra de Ossa. Foi desde cedo considerado um local estratégico, devido à sua proximidade com Espanha, funcionando como uma segunda linha de defesa da fronteira portuguesa, onde se armazenavam homens e bens. Estremoz assumiu uma importância central em alguns episódios da História militar do nosso país. Como não podia deixar de ser, o Castelo de Estremoz ocupou um papel importante no desenrolar destes episódios. Por exemplo, em 1384, D. Nuno Álvares de Pereira instala o seu quartel-general no castelo, de onde partiriam para a Batalha dos Atoleiros, que seria vencida pelos Portugueses.
O Castelo, de origem medieval, foi alvo de sucessivas reformas ao longo dos séculos, apresentado hoje elementos de diversos estilos arquitetónicos, como o gótico, o barroco e o neoclássico. A Torre de Menagem do Castelo de Estremoz é conhecida por Torre dos Três Reis ou Torre das Três Coroas. O seu nome fica a dever-se ao facto da sua construção ter atravessado três reinados: D. Afonso IV, D. Pedro e D. Fernando. Atualmente, o castelo dispõe de uma luxuosa pousada no antigo Paço Real (Pousada da Rainha Santa Isabel, agora Pousada do Castelo de Estremoz), de uma Galeria de Arte (Galeria de Desenho da Câmara Municipal de Estremoz), bem como de uma capela (Capela de Santa Isabel).

PORTA DOS CURRAIS
A Porta dos Currais, também conhecida como Porta de Nossa Senhora dos Mártires, é um dos pontos de entrada no segundo conjunto de muralhas que protegem Estremoz, construídas já no século XVII. O desenho é da autoria do sargento-mor António Rodrigues, que o elaborou por volta de 1670. Esta porta destaca-se pela sua monumentalidade, sendo possível observar uma águia e um grifo esculpidos em mármore no topo da mesma.

PORTA DE SANTARÉM
A chamada Porta de Santarém é um dos pontos de entrada na muralha mandada construir por D. Dinis. Existe uma placa dedicada a Nossa Senhora da Conceição, onde é possível ver a data de conclusão da obra: 1261. Esta Porta encontra-se ladeada por duas torres, uma cilíndrica e outra quadrangular. A existência de duas torres indica que esta seria a principal porta de entrada na vila durante a Idade Média, pois denota uma maior necessidade de defesa deste ponto de passagem para o interior das muralhas. Oposta à Porta de Santarém encontramos a Porta do Sol (ou Porta Frandina).

CLAUSTRO DA MISERICÓRDIA
O Claustro da Misericórdia, também conhecido como Claustro do Convento das Maltezas, faz parte do Convento de São João da Penitência da Ordem de Malta. O convento foi mandado construir por D. Manuel I ou pelo seu filho, o Infante D. Luís, duque de Beja, e apresenta características do estilo gótico manuelino. As colunas do claustro são feitas de mármore de Estremoz e na escadaria que dá acesso ao andar superior do claustro encontram-se azulejos policromos da época pombalina, também eles produzidos na região. O claustro encontra-se rodeado por três capelas.
Este convento serviu como local de retiro dos cavaleiros de Rodes em Portugal e como sede de clausura das freiras da Ordem de Malta a partir do século XVI. Em 1881, a Irmandade da Misericórdia instala-se no Convento, após a extinção das ordens religiosas em Portugal. Nos dias de hoje, o antigo convento é utilizado por várias instituições, como a Misericórdia de Estremoz, a Paróquia de Santo André, o Centro Ciência Viva de Estremoz e a Universidade de Évora. E possível visitar este monumento nos seguintes horários: Segunda das 9h00 às 20h00 (encerrado entre as 12h30 e as 14h00); Terça a Sexta das 9h00 às 20h00 e Sábado e Domingo das 10h00 às 20h00.

IGREJA DE SANTA MARIA
A Igreja de Santa Maria é a igreja matriz de Estremoz. Em 1560, a mando do Cardeal D. Henrique, dá-se início à sua construção, no local onde já se encontrava uma igreja muito antiga, de estilo românico. As obras só ficariam concluídas quase um século depois. Não se sabe ao certo quem foi o responsável pelo projeto. Se por um lado se pensa que terá sido Afonso Álvares, arquiteto do Cardeal D. Henrique, por outro, as semelhanças que apresenta com outras igrejas, como a Igreja de Santo Antão em Évora, levam a crer que poderá ter sido da autoria do arquiteto Miguel de Arruda.
Esta igreja, de estilo maneirista, é considerada um exemplo maior da geometria e da simbologia geométrica na arquitetura da época. O seu exterior apresenta uma fachada simples, caiada de branco, à moda alentejana. O interior é sustentado por colunas de mármore de enormes dimensões e organiza-se em diversas capelas que apresentam diferentes estilos artísticos. Ainda é possível identificar alguns elementos que foram aproveitados da igreja anterior, como o altar de São Bento.
A igreja encontra-se aberta ao público e pode ser visitada, a título gratuito, nos seguintes horários: Terça a Domingo das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30. Atenção, é necessário pedir a chave na Galeria de Desenho para entrar.

TORRE DAS COURAÇAS
Esta torre foi construída, provavelmente, na mesma altura que a Torre de Menagem do Castelo de Estremoz. A couraça é um elemento da arquitetura militar que tem como objetivo fazer a ligação entre o interior das muralhas e um ponto de água potável, que assim ficava acessível mesmo em caso de cerco. Numa situação de cerco, em que grande parte da população ficava confinada ao interior das muralhas, conseguir aceder a água podia significar a vitória face às forças atacantes. A Torre das Couraças foi classificada como monumento nacional em 1910, a par do castelo, das muralhas e da Capela da Rainha Santa.

CENTRO CIÊNCIA VIVA DE ESTREMOZ
O Centro Ciência Viva de Estremoz localiza-se no centro da cidade, no edifício do antigo Convento das Maltezas. Inaugurado em 2005, este espaço museológico tem como principal objetivo trazer a ciência e a tecnologia até ao público. Assim sendo, reveste-se de uma vertente fortemente interativa, onde o visitante é convidado a contactar de perto com a exposição, através de materiais e atividades dinâmicas. Apresenta uma exposição permanente acerca do planeta terra. A elaboração da exposição contou com a participação do Instituto de Ciências da Terra da Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade de Évora, estando garantido o rigor científico dos conteúdos apresentados. O horário de funcionamento é das 10h00 às 18h00 nos dias de semana, encontrando-se encerrado nos feriados. No contexto atual, é aconselhável a marcação da visita por telefone, devido à existência de um número máximo de visitantes permitido no interior do recinto.

IGREJA DE SÃO FRANCISCO
A Igreja de São Francisco é um exemplar da arquitetura religiosa de estilo gótico, sendo datada do século XII. É parte integrante do Convento de São Francisco. A fachada da igreja pertence ao estilo rococó, ou seja, foi construída numa época muito posterior à da construção do edifício original. O interior da igreja apresenta alguns aspetos interessantes, por exemplo, os brasões de armas do rei D. Afonso III e da sua esposa, D. Beatriz, bem como um retábulo do século XVI com uma representação da árvore de Jessé (representação artística dos antepassados de Jesus Cristo) em talha dourada.

IGREJA DO CONVENTO DOS CONGREGADOS DE ESTREMOZ
O Convento de Nossa Senhora da Conceição dos Congregados do Oratório de São Filipe de Nery de Estremoz (ou simplesmente Convento dos Congregados de Estremoz) foi mandado construir pelo rei D. Pedro II em 1698. O convento viria a ser construído num palácio do século anterior que tinha sido propriedade de D. Constantino de Bragança. O edifício foi-lhe confiscado pela Coroa em 1640 e, mais tarde, doado aos congregados. Com a extinção das ordens religiosas em meados do século XIX, o convento passou a ser utilizado para outras finalidades, nomeadamente, como sede da Câmara Municipal de Estremoz, Biblioteca Municipal e, ainda, como local do Museu de Arte Sacra.
O edifício foi alvo de obras consecutivas até ao século XX e, em 1974, a Câmara cedeu a igreja do antigo convento à Paróquia de Santo André. A igreja só veio a ser inaugurada em 1995, quase três séculos após o início das construções. Por exemplo, a fachada de igreja, feita de mármore rosa, só ficou concluída na década de 1960. No interior da igreja, destacamos o painel de azulejos com a representação da vida e dos milagres de São Filipe de Nery.

CAFÉ ÁGUIAS D’OURO
O Café Águias d’Ouro é um importante exemplar dos cafés de tertúlia, famosos em Portugal nos finais do século XIX e inícios do século XX, onde personalidades da sociedade portuguesa se reuniam com o objetivo de debater os mais diversos temas. O edifício, projetado pelo arquiteto Jorge Santos Costa, foi construído em 1908 e inaugurado no ano seguinte, a 4 de Abril. É composto por três pisos, onde se destacam as janelas de grandes dimensões e as varandas com guardas de ferro de estilo Arte Nova. Para além da sua dimensão, as janelas chamam a atenção pelos motivos geométricos que as decoram, bem como pelos seus vitrais em tons de verde, azul e castanho. Este café começou por ser um buffet e sala de bilhar. Mais tarde, na década de 1960, o primeiro piso foi transformado em restaurante, o que fez com que se perdessem algumas das suas características originais. Em 2002 recebeu a classificação de imóvel de interesse público.

LAGO DO GADANHA
Este lago em mármore, que se situa junto ao Jardim Municipal de Estremoz, começou a ser construído em 1688. É abastecido pela nascente da Fonte Nova, através de um sistema de canos subterrâneo que atravessa todo o Rossio do Marquês de Pombal. Trata-se de um enorme lago, com cerca de 40 metros de comprimento e acreditava-se que a água que o abastece era infindável. Atualmente, no centro do lago encontramos uma estátua. No entanto, esta só lá foi colocada no século XIX, tendo sido trazida do Convento dos Congregados. A estátua é o que dá nome ao lago mas acontece que a figura nela representada é Saturno, deus romano da riqueza e da abundância. Nesta altura, a população passou a interpretar a figura como uma representação da efemeridade da vida, passando, curiosamente, a atribuir-lhe um significado bastante diferente daquele que tinha na sua origem.

FONTE DAS BICAS
A Fonte das Bicas (também conhecida como Fonte Redonda) terá sido construída durante o século XVI mas acredita-se que a sua forma atual seja bastante diferente da original, devido a várias alterações que sofreu ao longo do tempo. A Fonte, na forma que chegou até aos dias de hoje, apresenta diversos elementos de mármore branco e negro, bem como oito cabeças de leão esculpidas em pedra, por onde brota a água.

CAPELA DE NOSSA SENHORA DOS MÁRTIRES
Monumento nacional desde 1922, a Capela de Nossa Senhora dos Mártires foi erigida no século XIV. Esta capela foi construída seguindo o estilo gótico, no entanto, o seu interior foi alvo de intervenções diversas ao longo do tempo. Este facto faz com que se trate de um monumento muito interessante, por apresentar diversos estilos artísticos em convivência. Destacamos, a título de exemplo, as colunas entrançadas em mármore de estilo manuelino e os painéis de azulejos com representações da vida de Jesus Cristo e da Virgem em estilo rococó.

CAPELA DE NOSSO SENHOR DOS INOCENTES
Também conhecida como Ermida do Senhor Jesus dos Inocentes, foi construída em 1726. Infelizmente, a fachada ruiu e hoje só sobrevive a capela-mor, onde é possível ver traços do estilo barroco que caracterizaria originalmente toda a construção. Embora não existam certezas, pensa-se que este pequeno santuário era dedicado aos órfãos e membros mais desprotegidos da sociedade.

VISITA VIRTUAL A ESTREMOZ
HISTÓRIA de ESTREMOZ
Estremoz é uma cidade com uma História longa, tendo as suas origens no século XIII. No ano de 1258, D. Afonso III concede um foral à Vila de Estremoz e as suas muralhas começam a ser construídas. Esta localidade do Alentejo tem uma forte ligação com a Rainha Santa Isabel. A rainha morre em 1336, no Paço Real de Estremoz, que tinha sido mandado construir por D. Dinis. Os seus aposentos são posteriormente transformados em Capela e é lá que encontramos alguns dos mais importantes registos artísticos da vida e dos milagres da Rainha Santa.
Estremoz foi palco de momentos importantes na História militar de Portugal, chegando mesmo a tornar-se uma das praças-fortes do Alentejo. Durante a Guerra da Restauração, Estremoz é o quartel-general das tropas portuguesas. Os destacamentos de Estremoz foram decisivos em batalhas que ditaram a restauração da independência de Portugal face a Castela, nomeadamente, a Batalha das Linhas de Elvas (1659), a Batalha do Ameixial (1663) e a Batalha dos Montes Claros (1665). A “notável vila” da época medieval é elevada à categoria de cidade em 1926.
O QUE VISITAR PERTO DE ESTREMOZ?
Para visitar e conhecer Estremoz com calma, sugerimos uma estadia de 2 dias completos. Nas imediações há outras atrações turísticas muito interessantes. Caso lhe sobre algum tempo, sugerimos as seguintes opções: região do Alqueva e Évora.

Uma hora e quinze minutos separam Estremoz da região do Alqueva (uma distância de 103 quilómetros). Esta vasta região tem muito para ver e visitar. 4 dias não são demasiados para tanta coisa interessante. Destaque para Moura, barragem do Alqueva e o Dark Sky Alqueva. Mais uma pérola esquecida do Alentejo.

36 minutos e 46 quilómetros distam entre Estremoz e Évora, a pérola maior do Alto Alentejo. Junte na equação templos romanos, capelas de ossos, palácios e catedrais monumentais. O resultado final chama-se Évora. Uma daquelas cidades obrigatória para todo e qualquer português.
GASTRONOMIA TÍPICA DE ESTREMOZ
Em Estremoz é possível desfrutar da tão conhecida gastronomia alentejana. Aqui, podemos encontrar pratos típicos, como o ensopado de borrego, a carne de porco com ameijoas (vulgarmente denominada carne de porco à alentejana), a sopa de cação, bem como as tradicionais açorda e migas. Mas não é tudo! Existem também alguns petiscos, como é o caso dos pezinhos de coentrada.
A nível da doçaria, destaca-se a sericaia, um doce de origem conventual, que é servido num prato fundo de barro e cujos ingredientes principais são os ovos e a canela. O vinho produzido em Estremoz é de qualidade e bem conhecido dos portugueses. A nível das bebidas, nesta cidade também podemos encontrar o licor de poejos.
Todos os anos (à exceção de 2020), realiza-se em Estremoz um festival de gastronomia alentejana chamado “Cozinha dos Ganhões”. Este grande festival tem lugar entre Novembro e Dezembro de cada ano. O festival, que junta gastronomia e artesanato é, na nossa opinião, um excelente incentivo para fazer uma visita a Estremoz e assim ficar a conhecer vários aspetos da sua cultura.
RESTAURANTES EM ESTREMOZ
VENDA AZUL
Restaurante de 1 cifrão apenas. Conta com mais de 1270 comentários no google e uma classificação global de 4,7 estrelas. Um restaurante onde podemos comer comida tradicional portuguesa. Os clientes elogiam com insistência a qualidade da comida, a boa relação preço qualidade a simpatia extrema do pessoal. Absolutamente a não perder!

HOTEIS EM ESTREMOZ
POUSADA CASTELO ESTREMOZ
Há muitas opções de alojamento na cidade de Estremoz. Mas a opção óbvia é a pousada do castelo de Estremoz ou não ficasse esta pousada rigorosamente dentro do castelo. Um lugar com uma cotação de 4,5 estrelas (num máximo de 5). Os maiores elogios vão para a decoração, o bom estado de conservação, a piscina e a simpatia do staff.
